04/07/2008

Aproximações e Distanciamentos

If your photographs aren´t good enough, you´re not close enough.

A frase acima, atribuída a Robert Capa, pode ser referenciada a diversas escolhas, para além do foco fotográfico. Parece que para a fotografia, assim como para outros objetos e setores da nossa vida, tudo é uma questão de distância e da relação entre aproximação e distanciamento. Talvez se a nossa pesquisa ainda não seja "boa" o suficiente (com todas as restrições e sutilezas que o adjetivo comporta) é porque não nos aproximamos o suficiente dela - bem como daquilo que ela procura trar. Talvez se o nosso objeto não seja "bom" o bastante, é porque não nos aproximamos o suficiente para o "tocarmos" com as mãos, com os olhos e (por que não?) com o nosso pensamento.
Ao mesmo tempo, nosso lugar como pesquisador exige um certo distanciamento do objeto, exige uma certa "retirada", um tempo para que o pensamento possa demorar-se naquilo que procura investigar.
Afinal, qual a justa medida, qual a certa distância que devemos tomar para pesquisar sobre um assunto? Qual a escala de medidas que utilizo para me aproximar ou afastar daquilo que escolho investigar? Haveria possibilidade de uma "distância apaixonada"?

(Questões, questões, questões, prólogo do projeto de tese intitulado "Entre a câmara clara e a caixa preta: ética e imagens fotográficas na pesquisa em Educação")

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